Falando sobre: Batman vs Superman – A Origem da Justiça
Por mais que Batman vs Superman – A Origem da Justiça tenha vendido bem em sua pré-venda isso não significa que a qualidade do filme é excelente – que o diga Os Dez Mandamentos, não é mesmo? E começar uma crítica dessa forma não é um bom sinal, não é? O filme de Zack Snyder tem cerca de duas horas e quarenta e cinco minutos, mas durante todo esse tempo quase nenhuma cena se destaca, reinando o marasmo e a falta de um bom motivo para tudo estar acontecendo.
A trama mostra que a presença do Super-Homem (Henry Cavill) dividiu o planeta, de um lado há aqueles que acreditam que o alienígena é uma entidade boa e que veio para proteger a humanidade. Já do outro lado, muitos não gostam de ter um ser com super poderes sem nenhum tipo de controle voando pelo mundo. Quando uma arma que pode deter o alienígena é descoberta, os ânimos chegam ao extremo e o embate entre dois grandes heróis se inicia.
Interessante como o filme assume uma proposta semelhante à trama de Capitão América: Guerra Civil, lidando com as consequências dos atos dos super-heróis na sociedade. Contudo, o roteiro de Chris Terrio e David S. Goyer falha miseravelmente em adaptar de uma forma plausível a obra de Frank Miller, Batman – O Cavaleiro das Trevas. O que temos aqui não é um Batman (Ben Affleck) querendo dar uma lição de humildade e enganar um velho amigo (mesmo com Miller forçando a barra), e sim um Batman mimado que luta pelo seu ego ferido por não ser o mais fodão do pedaço. O maior detetive do mundo acabou virando o maior cego do mundo, deixando a raiva tomar conta de suas decisões e tendo um envelhecimento que não gerou nenhuma experiência para o personagem.
Henry Cavill é o Super-Homem, e tivemos um filme inteiro dele para já conhecermos o seu trabalho e nos acostumarmos... mas e Ben Affleck? Apesar de trocentos filmes do Homem Morcego, no final das contas, não há uma certeza de qual cronologia ele vem e com isso não temos uma real intimidade com o personagem e com Affleck, que tem de trabalhar com o que lhe é entregue. Sendo realista, esse Batman é um baixinho borrachudo e anabolizado. O uniforme ficou esquisito e com certeza o ator não teve reais cenas para poder se destacar – a única que chama a atenção é a da destruição de Metrópolis, mas mesmo ela erra em algumas coisas que impedem que aprovamos o momento. Por exemplo, ele dentro da fumaça de um prédio caído deveria virar o Gasparzinho de tão branco.
Laurence Fishburne se transforma no alívio cômico como um pseudochefe rabugento eJeremy Irons não tem tempo o suficiente para virar um Alfred digno de nota, mas faz um bom trabalho. Amy Adams não é ofuscada por Gal Gadot e tem bastante tempo em tela, o que demonstra que esse ainda é o filme do Super-Homem. Por falar em Gadot, realmente ela se destaca e entrega um bom suspense para a Mulher-Maravilha e o que seu filme pode trazer para nós.
Batman vs Superman – A Origem da Justiça carece de cenas interessantes e as interessantes perderam sua força devido ao marketing exagerado – não é à toa que a Mulher-Maravilha surpreendeu, visto que pouco foi mostrado da personagem nos vídeos promocionais. O resultado final foi bem abaixo do esperado, já que o que chamou a atenção foi o embate proveniente dos quadrinhos, porém, a adaptação para a realidade dos personagens nos cinemas foi terrível.
Xo Turma!
Fonte:Fique Ligado




Comentários