Será o Looking brasileiro?





Acaba de vazar capítulos do livro  ''Mas Porra Vida'' do mais novo escritor, AHK. Cheio de mistério e de ar polêmico, ele resolveu não se mostrar,  na verdade não se sabe seu sexo,  muito menos seu nome, ficando assim conhecido apenas com as siglas AHK. 
O livro conta a história de  um romance gay cheio de reviravoltas, mentiras, descobertas, traições, muito sexo,  e desfechos impressionantes.  Eu já conheço a trama e recomendo que leiam os dois capítulos dessa incrível historia. Deleitem-se.

Mas Porra Vida

A história a seguir não busca defender nenhuma causa, nem ideologia. Busca apenas retratar as paixões humanas e suas consequências.

1. Satisfatório

Sexo; foi o que fizeram. Apesar do amor estar presente, naquele momento eles se entregaram aos mais inebriantes sentimentos humanos. Tesão. Luxúria. Sexo selvagem. Aquela era a primeira vez de Daniel com outro homem, ele havia se guardado para o grande amor da sua vida. Leonardo, muito mais experiente, demonstrava o controle da situação. Os movimentos e posições eram coordenados por ele, mas isso nem de longe incomodava Daniel. Sim, era isso que ele mais queria, ser conduzido pelo seu homem. Obedecer. Sentar. Gemer. Gozar. Tudo faz parte do amor.
Se por um momento Leonardo se preocupou com o desconforto que a primeira penetração podia causar a seu namorado, não demonstrou. Penetrou-o com força e sem parar a noite inteira. E em momento algum ambos se mostraram cansados. O amor era a matriz energética que fazia Daniel não querer parar nunca. Para Leonardo, o tesão era o responsável por toda virilidade.
Por fim, e inevitavelmente, veio o orgasmo. Sincronizado. Perfeito. Vibrante. O milagre do amor. E então eles caíram no sono pós-foda, aqueles impossíveis de controlar, sono do amor. Sincronia perfeita entre Morfeu e Afrodite.
- Bom dia, amor – Sussurra Daniel.
- Bom dia, Dan. – Responde Leonardo, fechando os olhos, incomodado com a luz do sol.
- Eu….ontem à noite foi tão bom, nunca pensei que alguém fosse me fazer sentir aquilo. - Disse Daniel, claramente envergonhado.
- Pra mim foi bem satisfatório – Rebate Leonardo.
- O que? Você não gostou? – O desapontamento era visível no rosto de Daniel, o que gerou um certo prazer em Leonardo.
- Eu não disse isso, apenas que já fiz sexo melhores. – Rebate.
- É horrível saber que você é só mais um sexo pra pessoa que você ama. Você me magoou, Léo.
- Ai, odeio quando você faz drama. Tenho que ir – Disse isso levantando e procurando as roupas que haviam se perdido na confusão da noite anterior.
- Mas como assim? Pensei que fossemos passar o dia juntos hoje.
- Não posso. Tenho que ir receber meu amigo que veio morar comigo…Ahh, você quer conhece-lo? Podemos ir no shopping mais tarde se quiser.
- Você não tinha me dito nada sobre um amigo vir morar com você – Daniel caminhou até o banheiro aonde estava seu namorado – Que história é essa?
- Agora que já estou aqui, junto de você, você vai continuar com a porra do seu ciúme? – Vociferou
- Nossa, você nunca me tratou assim.
- Desculpa. Mas é que minha vida não se resume apenas a você, creio que precisa entender isso.
- Tudo bem então. Quando estiver no shopping é só me ligar avisando para ir.
- Ok.
O casal se beijou apaixonadamente e Léo saiu, deixando Daniel apreensivo quanto a forma como fora tratado. “Satisfatório” que merda queria dizer isso? E agora esse amigo. Não gostara da forma surpresa que seu namorado havia contado sobre esse fato. Não considerou sua opinião a respeito do assunto, e ainda reclamou sua vida privada. Para ele, um namorado tem sim a competência de tomar decisões em conjunto com o outro, afinal, é um relacionamento estável no qual ambas as opiniões devem ser levadas em conta. De qualquer forma, Daniel prometeu para si mesmo tentar interferir menos na vida de seu namorado.

Léo não via a hora de reencontrar seu amigo. Ricardo é seu amigo de infância, e também seu primeiro e único amor. Amor platônico é claro. Ricardo nunca gostou de garotos e sempre deixou claro para o amigo. Mas como o amor se inventa e reinventa, Léo nunca deixou de ter esperanças. E agora que tinha conseguido convencer Ricardo a morar com ele, seus níveis de fé em acontecer algo entre os dois estavam alarmantes.
Pensou em pegar um táxi, mas seu pai havia cortado parte do dinheiro que prometeu lhe mandar, então teve que ir de ônibus. No caminho até o aeroporto pensava o quanto o mundo era injusto. Ele, que merecia tudo de bom e melhor, andava de transporte público pela cidade, enquanto o mimado do Daniel tinha tudo o que queria sem fazer nenhum esforço. Naquele momento, prometeu a si mesmo que um dia teria a vida que merece, mesmo que tenha que passar o resto dos dias com uma pessoa que não ama. Afinal, amor nunca sustentou ninguém.
Chegou no aeroporto e ainda esperou uns 30 minutos até que encontrou Ricardo. Ele estava como sempre. Alto, moreno, encorpado, com a barba bem aparada, extremamente bem cuidado, mas com uma masculinidade que sempre atraíra Léo. 
- E aí, Amigo? – Ricardo solicitou-o – Quanto tempo…que saudade!
- Rick!! – Gritou Léo de volta, sem conseguir dizer nada além disso. Correu para um abraço, sentiu uma felicidade que há tempos não sentia.
- Calma! Vamos ter tempo de matar toda essa saudade, mas antes vamos comer algo, estou morto de fome.
Leonardo sugeriu o shopping que fica perto da casa de Daniel, porque seria rápido para os três chegarem lá. Ligou para o namorado e marcou de encontra-lo na praça de alimentação. No caminho, Ricardo e Léo foram conversando sobre os acontecimentos recentes. Ricardo havia sido aprovado na universidade no curso de Engenharia Química, por isso estava se mudando para a capital, deixando para trás a vida de conforto que tinha na sua cidade, junto de seus pais e familiares. Léo, por outro lado, não foi aprovado no curso de medicina que tanto deseja. Estava no limite das cobranças por parte de sua família, mas decidiu que tentaria mais uma vez. Sentia-se perfeitamente capaz de passar no vestibular, ao contrário de seu namorado o qual julgava não tão capaz, embora já estivesse no segundo semestre da faculdade de medicina.
Chegaram ao shopping e foram direto para o restaurante preferido de Ricardo. Outback. Quando Daniel chegou foi apresentado à Ricardo e ambos trocaram cumprimentos. Ricardo observou discretamente o namorado do amigo. Parecia um garoto rico, vestido com roupas caras, com a chave do carro presa no sinto. A pele era clara e o cabelo uma mistura de moreno com aloirado que não permitia distinguir se aquela era a cor natural. Tinha uma tatuagem no pulso que parecia ser um triângulo com um círculo inscrito. Evidentemente não era o tipo de Léo. Logo veio à mente de Ricardo o questionamento se o seu amigo gostava mesmo desse garoto, ou só estava com ele por conta de status. Pelo que conhecia do amigo, essa opção não lhe pareceu inválida. Mas ele decidiu deixar para pensar nisso depois, não se sentia confortável considerando isso na frente do casal. Propôs então conversas banais sobre a vida na capital que Daniel já conhecia desde que nasceu. A conversa se estendeu ao longo do almoço, até que Ricardo se mostrou curioso sobre como o casal se conheceu.
- Eu conto! – disse Daniel.
- Tudo bem, Dan. – respondeu Léo, um pouco irritado com a afinidade que tinha observado entre seu amigo e namorado.
- Uma amiga em comum apresentou a gente. Na época o Léo ainda estava morando em São Paulo. Muito longe. Mas isso não impediu de nos apaixonarmos, não é, amor? – Léo fez que sim com a cabeça e Daniel voltou a falar – Depois ele voltou pra cidade de vocês e nisso completou 1 ano de namoro a distância – Daniel fez uma cara triste – Brigávamos muito. Segundo seu amigo, porque eu sou muito ciumento. Mas é que quando estamos longe é tudo mais difícil, sabe? Mas eu sempre confiei nele.
- E há quando tempo exatamente estão se relacionando? – pergunta Ricardo.
- 2 anos – responde – Por que?
- Nada – ele responde olhando para o chão.
Depois de um tempo em silêncio Daniel faz uma pergunta que estava intrigando-o há um certo tempo ao longo do almoço.
- Você é gay?
- Não! Nem pensar…quer dizer, nada contra, mas sou hetero. – respondeu defensivamente.
- Ah, me desculpe. – Disse Daniel, redimido – Foi só curiosidade.
Aquilo deixou Leonardo extremamente irritado, o que o fez quebrar seu silêncio. Qual o interesse do Daniel na sexualidade de Ricardo? Ele não tem nada com isso. Naquele momento teve um grande arrependimento em ter convidado o namorado para aquele almoço. Seria muito melhor estar sozinho com seu amigo. Não queria ter que dividir a atenção de Ricardo.
- Dan, tenho que ir pra casa estudar, me leva?
- Levo sim, amor. Mas vamos deixar o Ricardo, aí?
- Sim, ele sabe se virar, ou você vai querer ser a babar dele – Leonardo respondeu agressivamente.
- Hey!! Calma aí, não quero ser motivo de briga de casalzinho não. – protestou Ricardo. – Eu sei me virar, Daniel. Podem ir, estou pensando em pegar um cinema ainda e depois posso ir de táxi, tenho o endereço aqui.  
Chateado e irritado, respectivamente, Daniel e Leonardo deixaram o interior do shopping em direção ao estacionamento em silêncio.





                   2. Drive – in
Os dois entraram no carro em silêncio e Daniel o conduziu até a saída do estacionamento ainda em silêncio, depois do acesso à avenida não suportou e disse:
- Por que você me tratou daquela forma na frente de seu amigo?
- Não tratei você de forma nenhuma.
- Claro que tratou, você acha que sou idiota? – Respondeu rispidamente.
- Pare de colocar palavras na minha pouco e ficar imaginando coisas – Completou com um sorriso – eu só estou cansado de ontem, você me esgotou.
– Mas você nem gostou tanto assim, disse que foi satisfatório – replicou Daniel.
O trânsito estava lento, o carro não deslocou mais que cem metros desde que saíram do shopping. Leonardo pensou que se não fizesse algo para se redimir do que falou mais cedo, o Dan não mudaria de assunto, e o pior era que não podia fugir dali, simplesmente teria que suportar. Foi então que teve uma ideia genial.
- Eu achei maravilhoso o que fizemos ontem, amor. – Falou segurando na coxa direita do namorado – Só não achei perfeito porque faltou uma coisinha.
- O que? – Pergunta Daniel assustado.
- Eu não chupei você – Acrescenta com uma cara sugestiva.
Aquilo deixou Daniel extremamente apreensivo. Nenhum homem antes havia feito sexo oral nele. Sempre sonhara com a boca do Leonardo. Para ele, seu namorado era a perfeição personificada. Se de fato existissem os deuses gregos, Léo seria filho de Afrodite. Extremamente sensual, alto, com o corpo natural, sem músculos avantajados. Daniel nunca gostara de homens musculosos como o Ricardo, tinha em mente que pessoas musculosas demais são burras, burrice não o atrai. Leonardo tinha um sorriso sapeca que desarma qualquer pessoa que tenha mínimo de interesse nele. Além disso, tem a pele branca, tão branca, que todas as veias são visíveis. Aquilo atrai Daniel de uma forma que nem ele consegue explicar.
Dan se deu ao luxo de olhar para o lado e observar seu namorado, já que trânsito estava completamente travado. Ele usava o cabelo em corte estilo militar e a barba por fazer. Estremeceu só de pensar que aquela barba ontem à noite passara por todo seu corpo, cada canto de sua pele. A partir desse momento Daniel foi tomado por uma vontade incontrolável de sentir a textura da boca de Léo. Uma vontade quase irracional, sensação que já está acostumado a sentir quando se trata dele.
- E você quer? – Perguntou Daniel sacudindo a cabeça como se tivesse voltado de um devaneio.
- Agora.
- Mas isso não seria errado? – Indagou – acho que deve ter alguma lei que proíbe fazer sexo enquanto dirige.
- Não ligo para leis. – Falou isso enquanto colocava a mão sobre seu pênis.
- Quero você – tirou a mão do volante e abriu o zíper da calça. O pênis estava ereto, desesperado de desejo, sedento pela boca de Leonardo.
O que aconteceu a seguir foi tão mágico quanto a noite anterior, só que dessa vez envolvia perigo, adrenalina, o que deixava tudo muito mais gostoso. Leonardo não deixou a desejar. Colocou todo o pênis de seu namorado na boca, engolia como se fosse a última vez que teria essa oportunidade. De início Daniel se mostrou acanhado, mas logo depois não conseguiu conter seu ímpeto sexual. Segurava a cabeça do seu namorado pelo cabelo e empurrava-a contra seu pênis com mais força, cada vez mais. Gemia e tentava manter atenção no trânsito. Tentava. Mas cada vez que Leonardo passava a língua envolta de seu pau e colocava-o inteiro dentro de sua boca, sua cabeça girava, o mundo perdia sua forma natural.
Depois de vários minutos de puro prazer, e sim, Daniel teve que dirigir enquanto isso, o garoto não aguentava mais segurar o orgasmo. Aquela sensação era inebriante. O medo, o perigo, a maciez e o calor da boca que acolhia o seu pênis estavam deixando-o louco. Tentou avisar a seu namorado que estava prestes a gozar, mas não conseguiu. Tudo que pôde fazer foi empurrar mais fundo seu pau na garganta de Leonardo e despejar tudo lá dentro, gritando, acelerando o carro, perdendo o controle do seu próprio corpo.
Se Daniel não atingiu o nirvana naquele momento, chegou bem perto. Ele nunca tinha experimentado esse tipo de sensação, mas tinha certeza que dificilmente alguém o faria sentir aquilo ou algo melhor, e isso o fazia sentir mais perdidamente apaixonado do que nunca. Depois de tudo, Leonardo guardou o pênis do namorado dentro da cueca, olhou para ele e disse:
- Estava doce.
Daniel não soube esconder a timidez naquele momento. Deu um beijo no namorado e seguiram em silêncio até a casa de Léo. Deixando-o em casa, Dan seguiu de volta até seu apartamento aonde pretendia descansar da noite de ontem, estava de fato esgotado.


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